No Brasil cerca de quarenta e três milhões de pessoas tem acesso a Internet, das quais, nove milhões e meio já realizam compras on-line regularmente.
Pesquisas apontam um forte crescimento nas vendas virtuais para classes de renda mais baixa, 32% dos consumidores do mercado on-line tem renda mensal de R$1.000 a R$3.000 e 6% menos de R$1.000.
Este forte crescimento deve-se a programas de incentivo e apoio feitos pelo Governo Federal. Um exemplo é o "Computador para todos", programa voltado a classe C, que permite à indústria e ao varejo ofertar computador e acesso à Internet a preços acessíveis. O programa isenta as empresas de PIS/COFINS e garante linhas de financiamento especiais. PC's de até R$ 1.200 que obedeçam à configuração mínima podem ser financiados em parcelas mínimas de R$ 50. Em entrevista recente, o presidente da Positivo Informatica, Hélio Rotenberg, atribui às classes C e D a forte demanda por computadores no Brasil em 2007. Só a Positivo vendeu 1,38 milhões de máquinas no ano, um recorde para um único integrador nacional.
Além do crescimento natural do e-commerce, novos consumidores com mais renda, crédito e acesso à internet estão aderindo ao canal web para comprar. Há algum tempo atrás, a Internet era restrita aos consumidores de renda mais alta. Hoje já é possível dizer que a realidade é outra, uma vez que 40% dos consumidores on-line pertencem às classes "C" e "D".
Outro indicador interessante, desta vez segundo dados da empresa eBit, mostra que as vendas on-line realizadas por consumidores residentes nas regiões de menor renda per capita vêm aumentando. O Norte e Nordeste começam a ser representativo nas vendas pela Internet, diminuindo aos poucos a grande concentração do faturamento nas regiões mais ricas, como é o caso de São Paulo. O fato concreto é que, com ou sem estímulos governamentais, a quantidade de internautas e de consumidores on-line continua crescendo em ritmo forte, impulsionando o aumento das vendas.
Esta tendência vai persistir por alguns anos, tendo em vista o enorme espaço para penetração da Internet no Brasil, conforme os dados apontados. Não há nenhum mistério no crescimento do e-commerce, e na expansão gradativa da Internet para diferentes classes sociais. Foi assim que ocorreu nos Estados Unidos e na maioria absoluta dos países onde o comércio eletrônico já é amplamente difundido. É importante que os comerciantes on-line fiquem atentos a essas novas tendências. Consumidores, que até pouco tempo sequer acessavam um computador, estão aos poucos sendo apresentados à facilidade das compras on-line. E produtos que, até pouco tempo atrás, não tinham boa aceitação na Internet, podem começar a deslanchar nas estatísticas de venda.
Muito bom o texto! Acho mesmo que as empresas devem ficar ligadas na tendência e ainda mais importante, o governo beneficiar esse tipo de projeto.
Parabéns!
Beijo
Posted by: Cintia | 02/23/2008 at 18:23